Não compreendo este súbito e reaparecido interesse por ti.
Sempre foste próximo de mim e eu sempre quis ser ainda mais próxima de ti, pois eu sei que a nossa relação não era semelhante à comum convivência de melhores amigos, faltavam as conversas prolongadas, a proximidade física, um maior interesse e dedicação. No entanto, sempre fomos capazes de nos compreender um ao outro, mesmo no silêncio dos nossos olhares. Talvez por sermos relativamente parecidos que eu te conseguisse entender.
Durante certo tempo, tu foste te afastando, via-te raramente e as palavras trocadas eram mínimas. Sei que passamos alguns dias juntos e foi a partir dessa semana que tu voltaste a ti, voltaste a ser quem eras, voltaste para mim. A partir daí voltamos a ser chegados, o convívio aumentou, a tua ajuda e entrega fizeram-me ficar feliz, as conversas cresceram. Eu reencontrei-te.
Com tudo isto, foi surgindo em mim, uma indesejada sensação, que rapidamente eu quero que se evapore e passe despercebida por entre as multidões.
Nunca ousei duvidar da nossa amizade. Sei que sempre o fomos e continuaremos a ser bons amigos.
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